Aqui onde a vida dobra a esquina, a gente se fala... e se refugia do desinteressante...

Porque tudo é uma questão de opção. Assim podemos ser cidadãos do mundo, carregando sóis gelados e luas coloridas. Podemos ter olhos para o bem estar alheio e estocar imensos pacotes de riso fresco. Não se iludir... mas fantasiar. Ser um sim dos momentos vagos, um enorme talvez das possibilidades. Enxergar tudo que gostamos e "passar batido" pelo que não apreciamos. Ser de empréstimo, de "por acaso", eternos olás de distribuição gratuíta ou pequenos adeuses restritos... Ser um moinho de vento. Até quem sabe, e por que não, o último biscoito do pacote?

23 de set. de 2009

NORMOSE (a doença de ser normal)

Recebi o texto abaixo da Bê. Muito verdadeiro, deveria ser lido pelo menos uma vez por dia, assim como se fosse uma oração, um lembrete valioso para nós, homens e mulheres da "vida real", com nossas coxas grossas, ou barrigas salientes, nossos dentes que não conheceram os aparelhos mágicos da ortodontia, nossa pele onde pequenas ou grandes rugas contam tanto de nossas batalhas diárias... Não estou dizendo que ser "perfeito" é impossível (não mesmo, nos dias de hoje), só estou alertando (e sendo alertada) para o fato de que a "perfeição", tanto quanto a "normalidade" não são exatamente o que parecem ser. Enfim, no conjunto da obra, o importante, o imprescindível, o imperdível, o que vale mesmo é ser feliz.... o resto.... o resto só está de passagem!!!!



"NORMOSE"
     (a doença de ser normal)

                Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito"normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
                A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
                Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
                A normose não é brincadeira.
                Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
                Então, como aliviar os sintomas desta doença?
                Um pouco de auto-estima basta.
                Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
                Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
                 Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
                 Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
                 Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes. (Michel Schimidt - Psicoterapeuta)